Tudo começou, após a decisão de vir morar em Dublin também. Poxa, eu chegaria um pouco antes do natal, tínhamos que passar o ano novo fora né?! Lugar escolhido: Budapest e porquê? Primeiro, parecia linda e segundo é costume nevar no fim do ano lá, ou seja, perfeito. Nem tanto, dias antes da viagem a temperatura de lá foi aumentando e sem previsão de neve, mas tudo bem a city parecia ser linda e já tínhamos nosso super roteiro em mãos, 4 dias e muitos lugares para conhecer.
Bom, bem antes de viajar, nós fizemos uma boa pesquisa sobre o transporte público de lá. Muita gente diz que tudo é perto e da pra fazer a pé, outras falam sobre o metrô que é ótimo. Enfim, nós achamos o site da companhia de transporte de lá BKV e encontramos um card que é válido por 72h e você ainda tem algumas regalias, como descontos em alguns lugares e a entrada free no zoológico. Além de tudo esse cartão é vendido no próprio aeroporto, o que nos faria economizar com táxi. Então acabou que essa foi nossa escolha.
Agora começa a aventura!! Em Budapest, o húngaro é a língua que prevalesse, o inglês é falado mesmo pelas pessoas que trabalham diretamente com os turistas, ou seja, dificilmente você vai perguntar ao motorista do ônibus qual linha é aquela e ele vai compreender, ou pior, você vai compreender ele. E claro, isso aconteceu com a gente. Para poder aproveitar o dia, pois já chegamos às 11h da manhã, nós iríamos do aeroporto direto ao mercado de pulgas (Ecseri), que é bem longe do centro, e de lá para o apartamento que ficaríamos. Simples né?!
Muito simples… tínhamos que pegar o ônibus no aeroporto, até uma estação do metrô e de lá, iríamos até a estação mais próxima do Ecseri que, em minhas palavras fazendo o roteiro, “ahhh é pertinho, dá pra ir a pé”. Pobre namorado… Primeiro o motorista do ônibus tentou explicar qual o ponto que desceríamos para pegar o metrô, isso em húngaro. Ok?! Não tínhamos mais certeza, mas pegamos nosso mapinha do metrô e fomos. Graças a Deus os ônibus de lá tem a plaquinha informando qual é o ponto, em húngaro também, mas já era melhor que nada.
Ufaaa.. encontramos a nossa parada, entramos na estação e agora rumo a estação “próxima” do Ecseri (roteiro muito bem feito)! Descemos na estação Hátar, vimos um lado não muito bonito da cidade, mas nem isso tinha importância a pergunta é: E agora? Vamos pra frente? Direita? Esquerda? Ehhh, acho que furei o roteiro. Ali, parados, sem ter uma direção. Sim, tínhamos UM celular com acesso à internet, que estava quase sem bateria.
Bom, o Leonardo consultou a distancia que estávamos e só digo uma coisa, tava longe, mas longe mesmo. O jeito era andar, andamos, andamos, chegamos numa reta, eu fomos embora toda vida. Até que finalmente o Leonardo se deu conta que estávamos na via de uma linha de ônibus, e tínhamos nosso cartãozinho que poderíamos usar qualquer transporte. A+B, ele procurou o ônibus que ia para o bendito mercado e paramos em um ponto. Já tínhamos andado muito, mas faltava muito mais, e isso tudo com uma malinha com duas rodinhas que capotava de 5 em 5 minutos.
Tudo bem, nossa carona chegou: “Ahh tá tranquilo agora”. Não! Nós nos distraímos conversando e perdemos o ponto da descida. E pior, o motorista, neste ponto, parou, abriu a porta, olhou e falou com a gente (em húngaro), maaaaas eu logo pensei “cara besta, eu nem apertei o botão” e fingi que não era com a gente. Ele desistiu, e foi embora…quando demos conta já tínhamos passado pelo mercado de pulgas e o próximo ponto era muitoooo longe. O que fizemos? Atravessamos a rua nos sentindo os mais tontos do mundo e fomos para o ponto que o ônibus voltava, e claro, rezando para o próximo ônibus não ser o mesmo motorista que tentou nos avisar.
Finalmente, o ônibus chegou (era outro motorista), acertamos o nosso destino e conhecemos um ponto de Budapest, que realmente é afastado, não é muito comentado, mas que tem muita coisa da época da guerra que faz a gente querer conhecer um pouco mais desse passado. E além de tudo, ali tivemos certeza do quão receptivos são os húngaros, contando histórias, convidando você a conhecer as suas barraquinhas, tentando se comunicar, mesmo eu, com meu inglês lindo de Deus, acabei arriscando alguma coisa com uma senhora húngara, e no fim a gente se entendeu.
E para voltar? Ah foi simples… depois que você entende qual ônibus tomar e chegando em alguma estação, o transporte da cidade é muito bem organizado e rápido. Nós ainda tínhamos que deixar nossas coisas na nossa acomodação e continuar o roteiro do dia, conhecer a Praça do Heróis (Hősök Tere). Mas depois desse chá de mapa que tivemos, encontrar a praça era o menor dos problemas, até porque era (dessa vez) muito perto do metrô e perto do apartamento também. O que não sabíamos é que descendo na estação Oktogon nós iríamos nos deslumbrar com aquela imagem. Agora sim, QUE CIDADE LINDA! Pra mim foi a imagem que mais impactou.
Naquele lugar nos perdemos de novo, mas dessa vez em saber o que iríamos ver primeiro, ali tem a Praça dos Heróis, na época tinha a pista de patinação, um parque gracioso onde fica o Castelo Vajdahunyad…. E o entardecer ali realmente encanta qualquer um…
E assim, foi nosso primeiro dia naquela cidade, que apesar de todo o atrapalho, foi sensacional. Uma dica é sobre a região na qual ficamos, é próximo à estação Opera, que é a linha amarela deles, é próxima a tudo. Essa linha é a primeira de um metrô da Europa, vale muito a pena conhecer, eles mantém a beleza dela até hoje. Claro que outros contratempos aconteceram durantes esses quatro dias, mas vamos contando por partes.