Depois de algum tempo vamos escrever sobre o que foi sem duvida una das melhores aventuras de nossas vidas, Trilha Inka à Machu Picchu!
Neste post pretendemos falar de como é a trilha Inka, pelo o que passamos e o nosso ponto de vista sobre essa maravilhosa aventura.
Bom, na véspera do início da trilha fomos até a agência pra conhecer o nosso guia e ficarmos sabendo dos últimos detalhes. Foi tudo tranquilo não tivemos muitas dúvidas, eu estava tranquilo, não muito ansioso, então fomos ter nossa última refeição. Como só Deus sabia o que encontraríamos pela frente, fomos a um restaurante e fizemos uma boa janta com direito a Cusquenha, Pisco Sour e carne de Alpaca!! Muito bem alimentados fomos pro hostel terminar de arrumar as malas e descansar pois o combinado era de o guia passar as 5 da manhã no hostel para nos pegar. Só o combinado, pois passaram bem mais tarde. Inclusive deu tempo de relembrar os posts que lemos sobre guias que não vão no dia marcado, já estava me vendo fazendo barraco na agência, falando em espanhol, inglês e português, tudo na mesma frase. Ou então a gente estava imaginando chegar um guia bêbado, mas nada disso aconteceu, o guia se atrasou por causa da documentação mesmo. Entramos na van e onde já haviam outras 3 pessoas, suíços, que iriam fazer a trilha também.
Dirigiram por aproximadamente 1 hr e chegamos a uma cidade onde encontramos com o o restante da equipe, um casal de alemães e nosso segundo guia. Esperamos mais um pouco e então partimos para o famoso KM82 marco de saída da trilha inca.
Não tem como não pensar no caminho que iríamos fazer durante a viagem, a rodovia é cercada pelo vale montanhoso, uma paisagem inexplicável, junto com o sentimento de estar próximo de um marco em sua vida. Lembranças de todos os post que lemos, das emoções que sentimos ao ler a conquista dos outros e agora era a nossa vez. Dentro daquela van estavam 8 pessoas que um dia sonharam em fazer a trilha Inka até Machu Picchu e agora estavam se aproximando do ponto de partida.
Chegando ao KM82 é incrível, ver centenas de pessoas se preparando para começar a trilha, juntamente com toda a equipe de suporte do acampamento. Para mim foi uma imagem marcante, tanta gente junta com um único objetivo, em 4 dias estar descansando no santuário de Machu Picchu. De lá era possível ver o quão famoso é Machu Picchu. Nós com a mochila nas costas não somos os únicos a subir, sobem também centenas de pessoas de trem, uma viagem muito mais rápida, confortável e cara, conhecida como a passagem de trem mais cara do mundo (será???). Cada um tem seus motivos e escolhas, nós escolhemos caminhar a 2 mil metros de altitude.
Nos reunimos, últimas apresentações, indicações, tradicional foto da saída e lá fomos nós!!! O primeiro dia de caminhada é bastante tranquilo, um dia pra se acostumar com a bag, controlar a respiração (que não é fácil) e conhecer mais sobre a trilha, sobre o que vamos encontrar nos próximos 3 dias e também conhecer mais da equipe. Estávamos em 8 “turistas” e 2 guias extremamente experientes e que conheciam muito sobre a cultura Inka.
Durante toda a trilha eram feitas pausas que serviam pra recuperar o fôlego e também conhecer mais sobre o local. Já no primeiro dia passamos por diversos sítios arqueológicos e como fazia um lindo dia de (não muito) sol, com temperatura amena, foi possível ver muita coisa. Depois de umas 2hrs caminhando chegamos onde haviam montado a tenda para almoço. Fizemos uma pausa de 1 hr aproximadamente e almoçamos. A comida de todos os dias foi um espetáculo, comemos muito bem e muito!! Na segunda parte caminhamos por mais umas 4 horas chegamos próximo do entardecer no acampamento. Não foi um dia difícil sentimos mais a falta de ar do que a distância, um outro problema são as partes de degraus que forçam muito. Resultado: fomos os últimos a chegar no acampamento, como não se trata de uma corrida ficamos tranquilos e comemoramos nosso feito.
Apesar de ter horário pra chegar devido a falta de iluminação, eu acho que não se tem muito tempo para apreciar por onde passamos. Existe história em todo lugar que você olhar e sinceramente estar em um lugar desses e simplesmente baixar a cabeça e correr não era o nosso objetivo então nos mantivemos em últimos durante todos os dias!!!
Como todos sabem, o banho é limitado na trilha então quando chegamos no acampamento, escolhemos nossa barraca e fomos “tomar um banho” de lenço umedecido pra trocar a roupa molhada de suor por uma outra seca e quente porque as noites eram frias.
Depois do banho tomado, havia um chá com biscoitos e logo depois a janta. Ao final o guia contava como seria o próximo dia e depois de muita socialização íamos dormir sob um céu estrelado!!! Não poderia ser melhor do que isso.
Para o segundo dia nosso guia explicou bem o que teríamos pela frente. É o dia mais difícil da trilha devido a grande subida que temos que passar, o pico mais alto de toda a trilha, 4200m acima do nível do mar. A subida é bastante puxada e quanto mais alto tudo parece piorar, a mochila fica mais pesada, a respiração fica mais difícil, o clima é bastante úmido e pegamos muita neblina, mas a conquista dessa etapa é muito gratificante. Como o guia dizia, se passar pelo segundo dia consegue chegar a Machu Picchu. Depois de chegar aos 4200m começa a descida até os 2400m, em que está Machu Picchu, dividida em mais 2 dias.
Como a trilha inca em sua grande parte é composta por degraus e no primeiro dia a Jú sentiu bastante dificuldade, decidimos passar o máximo de peso da mochila dela para a minha e fazer alguns exercícios para a respiração. Digamos que deu certo até porque chegamos ao Santuário de Machu Picchu sem maiores problemas. No segundo dia a trilha começa por um trecho de mata fechada e depois de umas 2 horas caminhando dentro da mata a vegetação começa a abrir ficando cada vez mais rasteira e a trilha começa a ser visível de longe. O vale montanhoso que passamos pelo segundo dia é muito bonito, apesar do cansaço é possível nas pausas contemplar a beleza que tem essa terra e conhecer mais sobre essa cultura, no mínimo intrigante que foi o império Inca.
Fizemos uma pausa para o almoço logo após passar pelo ponto Warmiwañusca descansamos um pouco, aproveitamos o sol para secar nossas roupas e seguimos a diante até nosso acampamento, essa parte foi bem mais tranquila com descidas e leves subidas. Chegando no acampamento escolhemos novamente nossa barraca e depois de recompostos fomos tomar um chá e jantarmos. Estar no acampamento nesse momento era o melhor lugar: bebida quente, boa comida, nossas barracas postas e conforme foi escurecendo o céu se tornava cada vez mais estrelado.
Depois da janta rolou até um champanhe para comemorar a etapa cumprida e a vitória de todos, também rolou antes da janta enquanto estava claro a apresentação de toda a equipe que realmente faz a trilha Inka ser inesquecível, os porters, o cozinheiro e os guias. É incrível saber que senhores de 40 anos, ou mais, e jovens passam meses fazendo a trilha como porteadores, carregando até 26kg de material para deixar o acampamento o mais confortável e aconchegante possível. São bravos trabalhadores que mesmo com todas as dificuldades da trilha nunca deixam de estar sorrindo.
Depois de apresentados, alimentados e de ter comemorado nossa conquista só nos restou apreciar por alguns minutos o céu estrelado e ir dormir, descansar pois ainda faltavam mais alguns km para o nosso destino final. A segunda parte dessa aventura pode ser encontrado aqui!.
To be continued…