O terceiro dia, comparado com o segundo, é bem mais tranquilo com algumas descidas e subidas, nada muito íngreme. A distância percorrida também é bem menor, caminhamos só até o horário do almoço. Depois disso, o máximo de esforço que fizemos foi ir até outro sitio arqueológico, o Wiñaywayna, que fica há mais ou menos 10 min de onde estávamos acampados.

Vista do sitio Wiñaywayna

Este dia é mais leve, pois devemos descansar e dormir bem para o último ‘ataque’ – com partida às 3hrs da manhã rumo ao tão esperado santuários dos incas. Esse percurso tem vários pontos bem úmidos e escorregadios, algumas pedras não dão aderência alguma. Todo cuidado é pouco para não cair ou torcer o pé. A Jú acabou escorregando e caindo umas duas vezes e um dos caras do nosso grupo também torceu o pé, nada sério, só um susto, mas se acidentar logo na reta final não é nada bom.

Muitos degraus fazem o caminho

Muitos degraus fazem o caminho

A noite, como de costume, nos reunimos para o jantar e aproveitamos para definir como seria paga a ‘propina’, que é nada mais nada menos que uma gorjeta para a equipe (porteadores e guias). A principio não é obrigatório e o valor vai de cada um, mas no nosso grupo, talvez por sugestão de um dos nossos guias, acabamos nos juntando e definindo uma cota por pessoa. Dado o montante, tivemos que definir também como seria a divisão entre os guias, o chefe da cozinha e os porteadores. Sobre essa prática, nós dois concordamos que os porteadores merecem e muito esse agrado, pois essa é uma profissão extremamente difícil, que requer um esforço físico imenso e só recentemente foi regulamentada. Esses homens são a base do Caminho Inca e muitas vezes passam meses longe da família, pela necessidade de fazer uma travessia seguida da outra. E o salário? Imaginem que o salário não é lá grandes coisas. Mesmo assim eles todos acordam cedo, preparam nosso coca té, nossas deliciosas refeições e carregam todo o acampamento nas costas, tudo isso com um sorrisão no rosto e ainda animando a todos nós.

É cansativo mas a vista vale muito cada esforço.

É cansativo mas a vista vale muito cada esforço.

Quanto aos guias, talvez dependa mais do quanto você esteve próximo de um deles. Particularmente, o único guia para o qual daríamos gorjeta era o que ficava mais atrás, nos acompanhando. Ele contou tanta história e conversava tanto com a gente, que não tinha como deixar de gratificá-lo.

Passado todo esse momento financeiro, o nosso guia passou as coordenadas do enfim ultimo dia. Neste dia todos querem poder ver Machu Picchu lá de cima ainda, do famoso Portão do Sol, e claro pegar o melhor lugar para poder apreciar o momento. Por isso, todos precisam madrugar e correr, às 3h da manhã deveríamos estar saindo do acampamento.

Vista privilegiada da porta da barraca

Vista privilegiada da porta da barraca

Finalmente eis que chega o grande dia, todos com suas lanternas saímos em debandada, o que não havíamos entendido é que sairíamos cedo para pegar lugar na fila do ponto de controle, que estava há 5 minutos do acampamento, e que para nossa alegria só abriria às 5.30 da manhã. Ficamos lá, tomando chá de cadeira no escuro até dar o horário. O motivo é simples, para chegar cedo ao Portão do Sol e depois a Machu Picchu. Ponto de Controle aberto e é dada a largada. Todos saem em uma espécie de corrida e como a distância não é grande, todos dão um gás com o fôlego que resta. Mas o caminho também não é tão pesado, apenas uma parte conhecida como ‘Mata Gringo’, são 100 degraus que quase formam uma parede de escalada de tão ingrime. Depois disso é tranquilo. Chegamos ao Portão do Sol de onde supostamente é possível ver o santuário, mas como de costume, passar tão cedo por lá é como jogar na loteria.

Nossa vista de Machu Picchu do Portão do Sol!!

Nossa vista de Machu Picchu do Portão do Sol!!

Você pode dar sorte de as nuvens se abrirem e revelar Machu Picchu, ou acontecerá o mesmo que com a gente, que só vimos nevoeiro e mais nada, causando revolta pelo não entendimento de madrugar, pegar fila, correr e tudo isso para ver nuvens, pois nem pudemos esperar um pouco mais para ver se o céu colaborava. Tivemos que seguir em frente. Mas como quem manda é o guia, fazer o que?!

Do portão do sol à Machu Picchu nós levamos mais ou menos 1h descendo. Apesar de mais tranquilo também é preciso tomar cuidado, principalmente pelo esforço maior do joelho nessas descidas.

Enfim, chegamos ao nosso destino e finalizamos mais um trekking. A partir daqui é feito um tour guiado pela cidade inca e depois é livre.

Chegamos!!!

Chegamos!!!

Informações sobre a trilha

LocalizaçãoAltitudeDistânciaDificuldade
Partida (KM82)2600m0Fácil (de carro)
Acampamento I (Wayllabamba)2980m10KmAclimatação
Acampamento II (Runkuraquay)3780m12KmDifícil
Acampamento III (Wiñaywayna)2690m11KmMédia
Chegada (Machu Picchu)2472m9kmMédia (rápido)

Custos e Informações Adicionais

DescriçãoValor(Dólar)Obs.:
Pacote Trilha 400,00– Ticket Acesso a trilha

– 3 refeições diárias

– Barraca e Isolante Térmico

– Entrada em Machu Picchu

– Ticket de Trem e translado até Cusco

Entrada Machu Picchu– Incluso no ticket pra que faz a trilha inka ou vai subir Wianapichu
Wayna Picchu 60,00– Deve ser contratado a parte com a própria agência
Carregador (porter) 75,00– Caso não aguente levar a mochila é possível dividir entre os porteadores
Trem Aguas Calientes – Cusco a partir de 78,00– Deve ser solicitado para incluir no pacote da trilha
Hospedagem Aguas Calientes 20,00
Onibus Aguas Calientes – Machu Picchu 10,00
Gorjeta equipe da trilha (propina) – – Não obrigatório, mas reservar alguns dólares para ser repartido entre todos que trabalharam na equipe.